DESENCANTO
Não há nada.
Ou pelo menos quase nada,
além das linhas que margeiam
o minguar de nossa estrada.
Lado a lado percorreram mundos,
desvirginando formas - oblíquas ou alongadas.
Hoje, resta apenas o ponto
no final dessa jornada.
Não há nada.Só o ponto!
Corroído em rotineira calma;
agora duas semirretas,
antes uma só alma.
Só nos coube o vértice desse ângulo
que de tão obtuso
tornou agudo o meu clamor,
desmantelando a minha calma.
(íris Rago)