O GARIMPEIRO

O poeta é como um garimpeiro

Ele mergulha a bateia

No universo das palavras

Traz os excessos:

Adjetivações,

Pontuações,

Palavras supérfluas,

Explicações,

O texto surge como uma névoa.

Ele começa a limpar a bateia

fazendo movimentos

Jogando no canto:

As besteiras,

Os clichês,

O grosso,

Os restos

De ciclo em ciclo

Vai surgindo:

A métrica,

As rimas,

As imagens,

A música

E emergi o poema econômico

Com suas palavras

Preciosas,

Selecionadas,

Lapidadas

O poeta recolhe estas palavras

Vai arrumando uma embaixo da outra

Numa folha de papel em branco

Para conservá-las, contemplá-las e guardá-las

No seu baú de memórias fragmentadas.

O Senhor das Palavras

O Senhor das Palavras
Enviado por O Senhor das Palavras em 21/01/2013
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