Deixo a Vida !
Deixo a vida como quem deixa um ato final
Da existência não levo uma saudade
Sufocado por esse grito sepulcral
Esvanece a vida que existia na mocidade
No alto da igreja os sinos anunciam do campanário
O cortejo acompanha o féretro em marcha rastejante
Para ser entregue em monumento funerário
Adornado de mármore e granito em uma peça importante
Jogarão belas flores para que morram comigo
Não há nada mais para embelezar além de um peito morto
Dentro dessa cova sombria não é digno de abrigo
Para que flores iluminem este estorvo
De lamento não sofrerão mais por minha relutância
Nem da minha mente impaciente e inquietante
As minhas memórias estarão em um corpo sem relevância
Tragado pela escuridão inebriante
Só levo uma saudade dentro do meu coração
É de ver a minha virgem de olhos morfinos
Daquele tempo que embelecia em doce ilusão
A minha vida em amores infinitos