ESTE FRIO QUE ME ATORMENTA!

É de fazer tremer o dente, este frio que está lá fora

Que aqui no quente da lareira, eu penso agora

Em escrever tão vã poesia, que pouco ou nada quer dizer.

Para vós nem sei se tem interesse, o que aqui digo

Se valerá a pena, deixá-la assim de fora do jazigo

Não seja ao menos pra matar…o meu prazer!

É domingo e a minha mente sente-se inquietante

E em sonhos revejo-me, um louco alucinante

Ainda que meu corpo trema de arrepio.

A chuva na calçada, compassa o seu trinado

E eu aqui dedilho, um pouco do meu fado

Porque aos poucos vou esquecendo…aquele frio!

Dedilho letras e mais letras, que às vezes receio

Abro o livro da vida, e as páginas, folheio

Mas sempre a tremer, porque as mágoas consomem.

E ao mirar o céu, desvendo o enredo

Eu teimo em crescer, mas considero ser cedo

Porque sou um menino…querendo ser Homem!

É tarde… e as horas avançam sem dó

E aqui sentado, eu sinto-me tão só

Já nem sei dizer, se é oito ou oitenta.

Vai sendo já tempo de ir para a cama

Vestir meu cálido e macio pijama

Porque hoje decerto…este frio me atormenta!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 20/01/2013
Código do texto: T4095436
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