MEU ETERNO CARNAVAL

Soaram os clarins!

E eu te busco na multidão

de nossos corpos desvelados,

perdidos entre serpentinas e ilusões;

a fervilhar neste chão empoeirado.

Neste baile profano

onde o real se mistura à fantasia.

O tempo, não convidado,

não impõe limite entre a noite e o dia.

Permitindo que se toquem,

molhados pela chuva de confetes

que amaciam o leito;

palco de volúpia,paixão e nostalgia.

Pouco importa se a quarta

é de cinzas, ou da mais pura prata

forjada nos restos de nossos corações queimados.

Eternizamos essa noite, vizinha do abismo,

limiar do apagado crepúsculo,

para ficarmos assim... Quietinhos...

Fitando-nos com olhos derrotados.

(Íris Rago)

Iris Rago
Enviado por Iris Rago em 20/01/2013
Reeditado em 18/02/2013
Código do texto: T4095296
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