Balões de madeira
Um corvo magro de sutileza estranha
Andando na renitente arquibancada
Filtrada de mar de uma gente assustada
Com sua presença pitoresca e volúvel.
Corvo pouco lúcido de tanto pelejar, queria se
Livrar das suas penas negras, que o fazia sumir,
Na noite de poucas estrelas, iluminadas na mente,
Do coitado só pelo luar, para ele ingrato luar.
Descalço ainda peregrino cada vez mais coagido
Pela força da noite, resolveu então parar na calada,
Segurou nas suas asas chorando por ter os negros
Nos tons dos olhos por ter os negros profundos de uma
Noite amargurada, desnuda e sem vergonha;
Calaste então a alma de uma ausência clara de palavras,
Da melanina que contém nos olhos que carrega no peito
De um preto cisne que não voa, balões de madeiras.