Libertino de mim mesmo
Devassos das minhas desventuras,
os egos da minha alma vão me torturando.
Esqueço de comer e vou assistir TV.
Pesquiso há que horas me enfado
desse veículo de massa, massa amorfa.
Não tenho mais dúvida,
amanhã é o dia do ímpio.
Estarei relacionado entre os convivas
do enterro da minha pertinácia?
Ontem ela morreu depois de longo agonizar.
Agarro-me às circunstâncias
do momento para não fazer nada
a respeito da minha consciência.
E há o que fazer?
Sozinho prossigo, dissoluto.
Compreendo o mal das carnes
que latejam em consonância
com o espírito: a minha libido.
Já vai longe o viajante libertino,
Seguiu caminho, partiu.