na cara do rancor

sou no ventre

da pedra, a ciranda

de cosme

nos dentes

o osso é posto, na

arte e na guerra,

meu som é funebre

e carrega mágoa

na fresta, no

zigue zangue

do ponto, o sustento

se ajusta ao canto:

poesia é amar, é

desencanto, é amar

o escravo, que sob

o manto do amor,

se contorce em prato

a poesia é ágora

é nada, nadinha,

é menina nervosa

acanhada...

rancorosa...

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 19/01/2013
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