Alma Clama Misericórdia
Em meu peito palpita um triste coração
amaldiçoado eternamente co' a decepção
através do conhecimento de teus semelhantes
e profundo em tu mente, tu também sabes
que felicidade nunca - jamais - cabes
em tua mente como fora à muito antes
Teu peito apodrece co' tempo
tua tristeza, carregada em lamentos
e co'a torpeza eminente de teu irmão
que em alegrias, os prazeres desfruta
se vendendo como - medíocre - puta
vivendo em uma tola e triste ilusão
E as lágrimas falsas - medíocre - compartilhada
carregando consigo uma máscara trocada
diariamente em pró da tola vida
e se falhas ao carregá-la, ou deixa-a partir
ou pior, que alguém faça tua máscara cair
perceberás que sempre esteve perdida
Deslocado de tu vida, que jamais conheceu
pois quando nasceste, tu vida pereceu
perante a maldição humana carregada
e quando em lágrimas chega ao mundo o bebê
deves então abrir os olhos, permita-se ver
e então saberás o quanto tu vida é amaldiçoada
O adulto irrompe em lágrimas, como criança
sabe que da vida, já não há mais esperança
para de virtude, uma real vida digna
habitará tristeza n'outro espírito
que vive, num maldito e torpe rito
sabendo que tu vida jamais terá plenitude
Então, a passos frouxos segue em frente
acompanhando toda esta maldita gente
que se creem - tolos - gente decente
e lembrando daquela frágil oração oferecida
por aquela pobre criança desaparecida
e percebe quão inútil foste teu presente
Então a criança surge milagrosamente
e feliz e orando está toda aquela gente
mas à quem a trouxe, não ouve-se obrigado
e passas a ver toda essa mediocridade
apenas mais um tolo ato de vaidade
tratando o verdadeiro salvador como um gado
Um gado esse à ser levado ao batedouro
quem sabe co' ele, conseguirás obter ouro
vendendo-o para o negro mercado
mas que tolice desse maldito povo
cadê a oração que dizem que louvo
esse povo pra sempre serás marcado
Mas tudo isso não passa de tolice minha
pois neguei tudo que um dia tinha
em troca de uns míseros trocados
mas esta, talvez, seja a maldição humana
que vivendo, a si próprio sempre engana
esse bendito povo de amaldiçoados
Talvez um dia encontre a liberdade
talvez um dia vagues pela cidade
sem ter de se preocupar
se na cidade tivesse eu de viver
preso, até o dia d'eu perecer
temo que este dia iria antecipar
Minh'alma, a muito cansada
depois de tanto ser maltratada
implora meu corpo por um fim...