Amor Shakespeariano
Os nossos sonhos de uma noite deverão
Ser, um dia, transformados em realidade
Destruindo, assim, a companheira solidão
E afastando para todo o sempre a saudade
Mas infelizmente tristeza é o meu fardo
Ela se aproxima, essa megera, do nada
Como se estivesse numa tragédia do Bardo
Sinto a minha pobre alma ser soterrada
E então relembro seu olhar tão belo
Mas sei que vivos não podemos ficar juntos
Quiçá eu resolva fazer como fez Otelo
Para que nós unamo-nos como defuntos!
Mas dessa forma eu não poderia admirar
Aquele que é o ser mais belo da natureza!
Afirmo que nem mesmo o céu nem o mar
É merecedor dessa incomparável beleza
Ah, bela donzela, como eu quero te despir
Amá-la; recitar-te um verso de Shakespeare;
Mostrar-te meu amor na forma de um soneto
Mas não posso; sou Montecchio e você, Capuleto