Shangai

Sopra vento...

Acalenta a alma dessa dor,

Que faz a paz virar tormento.

Eis o questionamento...

Frio, fome, miséria é a voz do momento.

Sede mal, sabes dar ao filho o que alimenta o corpo,

Por que homem ao teu próximo geras pobreza e lamento?

A lei diz, ame o teu próximo...

Porém tu indiferentes negas a face.

Então, não é a lei acima de todos?!...

Meu pai, não obstante a tanta escuridão,

Vejo dia a dia, pessoas vivendo para o prazer e idolatria das coisas.

Tantos são os fingidores, que a gente não sabe quem geme humilde,

Por não suportar as chagas.

Na retorica da covardia, da vida que se leva,

Vexatória não é a morte, mas a mediocridade, que se cultua a sorte.

Acuda, pois que o mundo está vazio!...

Sucumbe em agonia, adorna a sua alma com mentiras,

Que desossa a carne,

Que fomenta o vício, para aliviar o medo dos ignorantes.

Há muito que se divorciaram do colo da harmonia.

A paz estar perturbada e o amor envereda pelo interesse da cobiça,

Que a luxúria explica em versos tons.

Não demores, pois que o homem,

Em meio a tanta criação, é capaz de inventar a destruição,

Para alimenta o próprio egoísmo.

Se hesitar, nem o amanhã terá para refletir sobre as liras.