Lago das borboletas
Sigo este caminho
de chão encrespado e seco.
Meus pés que desde sempre o defrontaram,
sentem as ranhuras da solidez
e a queimância do vento rasteiro,
vento fugitivo da distância verde-azul
estendida sobre meus olhos.
Meu coração que desenhou teus diamantes,
que esculpiu teu mármore,
perdido nas quebranças do caminho
sente a febril solidão.
E a distante nuvem atrasada
não geme, não borbulha emoções
sobre os lagos cristalizados do meu rosto.
Ando, ando...
Não posso parar, voltar também é inútil.
Já pintei teu olhar,
na barranca do lago
onde as borboletas revoam
também carregadas de azul.