Entre curvas e retas
Pobres dos que andam em linha reta
Os imutáveis, chatos de doer!
Os inflexíveis, fáceis de prever
Os que não tem sonho, mas meta.
Pobres dos que crêem na exatidão
Os que cultuam o estável
Aqueles de amanhã invariável
Que olham o horizonte, não a arrebentação.
Já eu, ando em curva, sem conserto
Por que ser equação,
quando posso ser soneto?
Prefiro ser inconstante, de momento
Não é a métrica que dá vida ao poema,
mas o sentimento.