Muriel e outro poemas

Muriel

Ao se jogar no mar

O sol lhe banhava

A mentira...

As estrelas já lhe furava

O mundo...

Eram corridas

Espátulas perfuradas

De perfumes

E quase ao derradeiro

Dia, já no pórtico da flor

Sucumbiu o seu desejo

E retornou "a si"

Sieoreio

No cume da queda

Na fenda que liga

Duas cidades...

O Vão é flor,

É sentinela de rei

É ferida de narciso

O beijo de língua

Suga o medo,

E nasce duas flor de

Amarelo no cume

Da queda...

Ali, arma-se

Uma nova terra..

Onde tudo que planta

Cresce...

Criatório

Cria-se também

No ar, no arrebol

Sujo, entre a terra

E o mar, no entremeio

Onde as ondas

Sucumbe ao cansaço

E onde, pelo fato

De ser e não ser

A vida é dura

Como aço

Cortina pétrea

Existe tu

Ou eu posso ver

O céu azul?

Tua cena se pôs no mundo

Do barco adornado O muro sujo

Tua cena me acordou

Um dia, e me marchou

Por dentro, na cerâmica

Fria, e singrou o tijolo cozido

Rasgou o mar, e afundou

No nojo,

A lama contorna as cerejas

E as bolhas nos brinda de gozo

Do seu vestido

Te guardo

Do medo,

Teu sutiã

Te expõe os

Dedos, (...)

E meus olhos

Some na gafieira

Da vontade...

Eu posso ser uma

Primavera no seu andar...

Distância

Gracioso, o mundo

Velho se contorce

Na dança...

E todos chamam

E todos amam;

A milhões de anos

Uma estrela morria

Hoje recebemos

Ainda quente, muito

Grato, Sua pele macia.....

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 17/01/2013
Reeditado em 17/01/2013
Código do texto: T4090026
Classificação de conteúdo: seguro