o grito
O grito passa pelos
Cabelos da noite...
E pela janela invade
Um mundo estéril,
E fuça com sua boca
De broca um dia
Esquecido...
E seu ponta estridente
Escova meu ouvido
E me evade dos sonhos
E no descanso do
Riso, da canoa
Que embaixo da cama
Navega, suga o gosto
De fruta podre, o
Descaroçado musgo do
Escuro, e vomita artéria
E gozo, vontade e morte
Nas veias do pescoço;
O grito escova o chão
Limpa da morte o
Assoalho de pedra
O sustento dos pés
O carne de piaçava
Que tempera o mundo
De merda...
E pinta o muro de tinta
Cor de sono e murmura
perdão, E nas paredes
pálidas impõe seu nome