Quem és tu?

Quem és tu que se autodenomina homem desta terra

Que diz lutar pelo povo a todo custo

Que prende o teu tempo à mercê do povo

E rir, e chora, e canta como sendo o povo

E promete, e jura criar um mundo novo

Pregando aos quatros ventos sentir o que o pobre sente?

E insta o pobre homem a lutar por ti

Abraça as criancinhas e beija a mão do velho

Come com os pobres e dorme em suas redes

Mas ao fechar os olhos finge estar dormindo

E ao chegar em casa lava as mãos suadas

Sentindo-se nojento com o suor no corpo.

E logo toma um banho e troca a roupa suja

A mesma que abraçaste o pobre homem rude

Aquele a quem prometeste ir com ele ao fim

Lutar por seus direitos e sua dignidade

Jurando a sua palavra, a sua honestidade

Coisas que não tens e que jamais terás.

À noite vai pra cama e beija suas crianças

Nem lembra das crianças que beijaste ao dia

E dorme muito bem abraçado à esposa

Sem nem lembrar dos pobres que abraçaste ao dia

E sonha com um futuro e uma velhice justa

Sem nem lembrar do velho que beijaste ao dia.

Cadê tua consciência, oh homem desgraçado!

Por que enganas e mente ao povo sofrido?

Cadê teu juramento que fizeste um dia?

E agora tu esqueces o que foi prometido.

És tu o que governa esta humilde terra?

Oh, homem desgraçado, o que será de nós?

Poeta do Riacho
Enviado por Poeta do Riacho em 11/03/2007
Código do texto: T408685