A voz de minha alma!
É periférico meu medo da escuridão.
Mais ela existe para que a luz possa se exibir.
Assusta-me não ver o azul do céu,
E o pânico é certo, me domina, quanto à troca de tom,
Dá-se dentro de mim...
Pois me leva para o fundo do poço
Arrastando meu riso, meus sonhos.
Rasgados nas arestas da vida
Feito pano roto.
Mais necessário se faz,
Para a troca de cores, dores, amores...
Como o sofrimento das dores do parto
Trazem a alegria de uma nova vida!
É suburbano meu lamento
Logo, sem ouvidos atentos,
Só os sons do silêncio
Parecem escutar meus gemidos...
Mas, sozinha então,
Acorda em mim nova inspiração.
Procuro então sorver a luz eterna
Resgatando meu sonhar...
E tenho o dia em minha frente,
À noite atrás... Com as ondas a beijar-me os pés,
O céu a cobrir-me a cabeça...
E o vento a acariciar-me a derme,
Sinto-me beijada pela paisagem...
Um belo sonho, enquanto o sol se esvai!
Meu espírito tem asas,
Mais meu corpo não as tem...
E torna-se inato em mim,
Viver leve os sentimentos,
Para que pesados, eles não me prendam em suas raízes...
Pois perco fácil o olhar no azul,
Sempre disposta á sorrir para os ventos.
Meditando no espaço e no degrade de cores
Torno-me artista no meu viver sereno e solto
Incompreendida no seu tom mais terno...
Que às vezes se reveste de berrante na telas
Dúbios momentos, alentos, tormentos...
Rodeada pelas estrelas, tendo o cosmo,
Como adeptos de meus sonhos.
Não vou ceifar meu desejo de amar
O amor é fruta que me adoça a boca
E meu paladar exige, impinge...
É comum, no crepúsculo o astro recua,
O dia acaba...
Mais longe corre o sol a dar nova vida!
Mais não tenho asas, que me ergam da terra.
Só meu sonho esvoaça e vai no vento...
Para seguir atrás dele, sempre, sempre...