AVANTE

Quando teu mérito, jogado pelo ralo,

virar esgoto da brutal, torpe arrogância

e te tornares o dejeto da ganância

de poderosos te bebendo no gargalo...

Quando a injustiça vier bater a tua porta

com sua adaga afiada abrindo-te a ferida,

botando em risco a integridade em tua aorta

e tu sangrares numa angústia enlouquecida...

Se te marcarem com a cruz do desrespeito

em farpas finas, cacos, vidros triturados

a retalharem pensamentos torturados,

chorando a morte tão cruel do teu direito...

É só jogar o dó ao mar de fel distante,

sugar, à plena força, o ar, seguir adiante.

(Primeira publicação em 28 de outubro de 2010).

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 15/01/2013
Reeditado em 22/10/2013
Código do texto: T4085710
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