Figurantes da Noite Metrópole
Nas vagas horas que se vagueiam
Pela sombra escura da noite e meia
Todos são fregueses da riqueza e da escassez
Destinos passam ao vento, com ou sem lua
Nos eventos, cédulas e moedas promovem
Tomadores de goles na extensão da rua
Poetas e cantores apresentam letras e sonhos
Por entre divulgadores, produtos e vendedores
Participando de baladas e vícios, ébrios e serviços
Aos olhos, raios de luz da Boate, não aceitando, ou sim
Locomoções tortuosas por entre prostituíveis esquinas
Comparáveis à trilha cultural de um filme bom ou ruim
Teatros, portas, bilheterias, taras e manias
Show, alegria e prazer, prometem convencer
Vigias sendo vigiados, querendo sossego
Pois se misturam com viaturas e horrores
Muitas consumidas garrafas, pela turma à mesa
E recicladores desviando-se de amantes e amores
Precisa-se recivilizar a memória e os decibéis do som dos imbecis
Calçadas são cuspidas, o senso embriagou-se, não está
Seres paridos até no banco do carro do serviço militar
A calma será surgida com um beijo e uma boa taça de vinho
Que bom, ainda se ver respeito por quem entendeu o apelo
Mas há desperdício, por conta disso, dinheiro é pressa e atropelo
Na praça, pensamentos lendo livro, nos arredores, tantos riscos
Gente, olhares, corpos e passos apressados, rumos e rumores
Costumes diferentes, raças e sorrisos, mas, iguais perante Leis
Restaurantes produzem temperos cheirosos com água e cores
Conhecidos e desconfiados, distantes, perto, apertados
Coragens, desesperos, desemprego e empregados
Horizontes invisíveis pela sombria solidão da rua
Poluição fumaçando. Lote de pessoas em viciosidade
Universidades complexas, aulas cansadas até tarde de sexta
Terminais transportáveis, apontam embarques pelas placas
Locutores em radiodifusão, conduzem canções aos ouvintes
Imaginação e anatomia fatigantes. Rotina, já é o dia seguinte
Não falta bueiro sujo, ratos, restos, buraco e trânsito confuso
A vitrine é linda, mas até as árvores levam choque elétrico
Interessante são as figuras extravagantes entre o brega e a beleza
Aos reflexos noturnos, risos se confundem com delírios
Não folgam nem as construções na elevação de uma acrópole
Que Deus proteja e guarde as excitações da Metrópole