ALGUNS ANOS DEPOIS (Parte III)
A casa simples, modesta,
Sempre em clima de festa,
Nas refeições, sobretudo,
Quando pais, irmãos, avós,
Rogavam numa só voz,
Abençoe Deus, isso tudo!
Dezesseis pessoas na mesa,
Sempre com uma surpresa,
Preparada com cuidado,
Um diferente alimento,
A descobrir o que dentro,
Havia sido colocado.
Cada um dava sua opinião,
Em meio aquela confusão,
Alguém sempre acertava,
Era, então, comemorado,
Com um abraço apertado,
Que da própria mãe ganhava.
Mais tarde, igual passarinho,
Buscando seu próprio ninho,
Um por um, começou a voar.
O pai ao abençoar, em prece,
Dizia: - filho, não te esquece,
De ser uma pessoa exemplar!
A mãe abençoa chorando,
Com o lencinho abanando,
Tenta a dor disfarçar,
Querendo tanto impedir,
Porque filhos, tem que partir,
Se, aqui, eles já tem um lar?
Em cada despedida,
Muitas lágrimas sofridas,
Vi rolar dos olhos seus,
Mas, nada foi empecilho,
De colocar cada filho,
Sob a proteção de Deus.