POEMA INACABADO... 85

Desde jovem, o poeta e ela vinham neste banco sentar,

Sob esta árvore frondosa, com lindas flores a adornar,

Fazendo juras de amor, para ela a recitar,

Enquanto ouviam, abraçados, os pássaros a cantar...

Juntos faziam planos, vida longa sem desenganos,

E assim o poeta cantou, em versos por muitos anos,

Agora só, ele vem para a praça lentamente,

Traz o velho caderno, companheiro de todo o sempre...

Senta no banco todas as tardes, a escrever sem parar,

É o poema do adeus, que não consegue acabar,

Gesticula com as mãos, como se a quisesse alcançar,

Está ele, como sempre, para ela a declamar...

O sol já se põe no horizonte, e ele continua ali sentado,

Com a derradeira estrofe, do verso, agora acabado...

O velho poeta, enfim, havia descansado...

E o caderno em seu colo jazia...

Pelas lágrimas banhado...

Lani (Zilani Celia)
Enviado por Lani (Zilani Celia) em 13/01/2013
Reeditado em 22/05/2015
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