DESTERNURADO

Tal como amo as mulheres

Gosto do febril e seleto café

Queimando-nos a língua

Espalhando seu odor

Forte ou suave

Mas, imperativamente singular

Gosto das coisas quentes

Testando a língua

Marcando a invasão do corpo

Cravando suas marcas

Impondo sua energia

Em sinergia com o degustador

Por dentro e por fora

Não me sirva deste prazer

Sem antes acendê-lo

E sentir que mesmo contido

Há transferência de temperaturas

Teu calor é forte

Teu paladar é sorte

Em tua essência o corte

Faz distinta separação

Entre os que estão prontos ou não

Para desnudarem-se por ti

Quero tua chama menos calma

Teu calor em minh’alma

Voracidade sem ternura

Sentir-me inteiro, entregue a ti

Provar, saciar, suar e dormir

Que por favor, vá além clímax

A tua temperatura.

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 13/01/2013
Código do texto: T4081806
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