EU SEI...VIRA O DOMINGO!

É à sombra do mundo em meus olhos esta tarde

Lugares vazios e crepusculares a assombrarem minha jornada

Caminhar pra onde?

Caminhar como?

Caminhar por quê?

Arrasto-me sem pés

Grudado a lama no chão, humilde e desvalido.

Sem glorias hoje

Nada de aplausos

Nenhum sentido ainda que fosse retorico no meu palavrear...

Balbuciar é isto?

Balbuciar... eis tudo!

Há quem cabe à vingança?

É de quem o peso deste luto?

Vejo corvos nas arvores crocitando

São pacientes...

Aves pacientes...

Malditamente pacientes companheiro

Não vão desistir!

Eu sinto o medo em fel oleoso em minha garganta

Doces e antigas dores outonais de que tenho saudade agora!

Oh as novas dores... não sei o que é feito com elas...

Não sei o que contar para as pessoas nos domingos de manhã

Tantas perguntas...

E tantas vezes pergunta alguma...

Apenas eu... impassível!

Sem temores... sem coragem...

Sem nada!

Apenas domingos

Sol belo e indiferente...

Olhos sonolentos dos sonhos esquecidos da noite...

Apenas eu...

O mundo todo um dia vai saber.