Minha poesia

Minha poesia concreta

discreta

secreta

é assim como quem diz

que um dia serei feliz.

É assim como quem volta

ou como quem parte.

Quem saberá o que fiz

e o que não fiz?

Podemos amar? Sonhar?

e, quem sabe, cantar?

Uma valsa de Baudelaire,

talvez como quem quer

fazer coisas pra rimar.

Minha poesia é o caos,

minha poesia é o cós,

minha poesia é o pós,

ou o pré, não sei.

Às vezes me encanto com meu canto,

às vezes me espanto

e sinto o mundo

de Raimundo ou e Drummond.

Não é o que deveria, ou poderia.

Sei o que é o mundo, vasto mundo emprestado,

num estádio, num estágio de não volta,

ou de não ida.

Aida de Verdi, de verde se veste

como devia o mundo, profundo

e pro fundo vai... do poço.

(Que osso duro duro de roer)

A vida, vivida, contida

numa lágrima de outrora,

numa lágrima de agora,

agora...

numa lágrima...

Minha poesia consola,

ou isola, minha poesia.

Minha poesia...

Sou eu!

Fortuna
Enviado por Fortuna em 12/01/2013
Código do texto: T4080694
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