PEDRA BANDIDA...

Os dias vão se cumprindo

em deslumbre aos desatentos, desalentos

olhos que tudo enxergam

interpretam em sabedorias itinerantes

nas perseguições de todos os destinos

dos passados, dos futuros longínquos

todos obscuros e cadavéricos

passos apressados presencio

que deslisam nas calçadas

pessoas mudas e caladas

feito mortos vivos

sob ruas sujas dos medos

dos princípios, dos abismos

marcadas pelos desterros

que ecoam em todos becos

das noites mundanas

dos dias profanos

um cachimbo ao chão

mãos mirradas procuram migalhas

das sobras dos sonhos desfeitos

feitos de pesadelos marcados, pronunciados

repetidos, crônicos, bastardos

tudo por uma vida bandida, banida

por uma pedra fumada

que degreda a alma

extirpando o presente

como carrasco suicida

da pedra que mata

que castra os dias

na eiva do ser

entre a greta flanada

nas escolhas da vida...

Romulo Marinho

Romulo Marinho
Enviado por Romulo Marinho em 11/01/2013
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