PEDRA BANDIDA...
Os dias vão se cumprindo
em deslumbre aos desatentos, desalentos
olhos que tudo enxergam
interpretam em sabedorias itinerantes
nas perseguições de todos os destinos
dos passados, dos futuros longínquos
todos obscuros e cadavéricos
passos apressados presencio
que deslisam nas calçadas
pessoas mudas e caladas
feito mortos vivos
sob ruas sujas dos medos
dos princípios, dos abismos
marcadas pelos desterros
que ecoam em todos becos
das noites mundanas
dos dias profanos
um cachimbo ao chão
mãos mirradas procuram migalhas
das sobras dos sonhos desfeitos
feitos de pesadelos marcados, pronunciados
repetidos, crônicos, bastardos
tudo por uma vida bandida, banida
por uma pedra fumada
que degreda a alma
extirpando o presente
como carrasco suicida
da pedra que mata
que castra os dias
na eiva do ser
entre a greta flanada
nas escolhas da vida...
Romulo Marinho