Nada

Dentro da noite

Sua face expira

Minha fome, me

Entorta como

Homem e me

Conta sua dor;

Alimenta minha

Pele, abastece

Meus poros,

Enriquece meus

Olhos, e me tira

do horror

Dentro da noite

Escura, dentro

Do mar fecundo

Meu coração se

Abre e te tece,

Numa malha quente

Que borbulha fagulhas

Como Da boca de um ébrio

Dentro da noite escura

Eu sou o escuro que

Vive, o escuro que

Ampara , o outro

Lado do divino, onde

O amor não se lamenta

Onde nada se cala,

nada! e a boca escarra

vales de ferimentos

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 11/01/2013
Reeditado em 11/01/2013
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