PRESENTE
no céu profundo, ó estrela,
Tu piscavas sem saber
Que eu , da minha janela,
Nem piscava pra te ver!
Admirei teus lampejos,
Curvei-me à tua beleza!
E, sem saber, tu brilhavas
Espargindo singeleza...
Do infinito, ó estrela,
Eras a dona, sem par!
Qual barquinho, no oceano,
Solitário a velejar...
Puseste-me tal feitiço
Com teu singelo existir,
Que ante visão tão bela,
Esqueci-me de dormir!
E a tela em que tu luzias
Eu quis guardá-la em verso.
Era um presente, pra mim,
Do Artífice do Universo!