A  BALA  PERDIDA





 





Pulo muros,  salto abismos, fujo em vielas,
escondo-me em escombros, em esgotos,
debaixo de pontes me abrigo,
é grande o risco, iminente o perigo.


 
Disfarço o rosto, a voz, minha roupa,
todo cuidado é pouco, o inimigo é mortal,
evito caronas, mudo o rumo, olhar  esperto,
todos são suspeitos, o ataque é certo,


 
Viro a esquina rapidamente, evito gente,
a sombra da noite me protege,
na escuridão me sinto invisível, 
o inimigo é astuto e imprevisível.


 
Olhar esperto, eu sigo os movimentos,
jovem, velho, tudo é ameaça presente,
sempre alerta em algo que não se encaixe...
 
Para que a bala perdida não me ache.







imagem Camillo Filho