Por-de-sal
Superfícies de frios abraçando a profundidade da luz
dizem-me baixinho que os corpos se movem
ao ritmo das tentações.
Paro.
Regresso o olhar, em rotação de saudade,
cristalizo um sorriso,
o mais tardio, o mais raro…
Demoro a chorar,
não imploro,
petrifico, estátua de sal,
incorruptível às lágrimas,
até ao momento exacto da sublimação
-
quando a noite cair
só restarei cloro.