A eterna procura
À sua procura ,eu revirei as gavetas...
Desilusões foram arremessadas para longe.
Eu já vasculhei em todas as igrejas...
Já a procurei debaixo das pontes...
Violentada sem pudor pelas incertezas,
Ela se escondia onde ninguém se esconde.
Já vaguei tanto por aí sem destino...
Um dia até já desisti de encontrá-la.
Já aperfeiçoei meu instinto canino,
Já caminhei por todas as salas,
Ja amenizei meu humor ferino,
Já desfiz todas as minhas malas.
Já investiguei seu paradeiro
Por todas as ruas, becos e bares...
Coloquei a mão em vespeiro,
Naveguei em perigosos mares.
Apostei todo o meu dinheiro,
Humilhei-me em muitos lugares.
Tombei no chão quase sem vida,
Maculei sem dó minha santidade.
Aceitei as inexplicáveis partidas
Catei no chão toda a verdade
E, finalmente,como num beco sem saída,
Dentro de mim, encontrei a felicidade...