sua bastilha
Quero entrar no seu
Rio profundo, alegre
E atrevido... de vestido
Vagabundo...que singrar
Sua águas turvas, seu
Gosto de adubo,
não entrarei
Em traje de gala, ou de cavalo
Branco, de bota de salto,
Entrarei pobre, somente
meu corpo, no seu rio
delirado...e desabotoarei
cada laço crispado, cada
nós que me fecha, que
me tira do seu lado..
darei salto e mergulho
limparei todo entulho
e do alto do canto tomarei
seu veneno, sua veia mansa
sua cólera vermelha, sua
conversa de santa, e com
minha espada afiada, no brilho
da língua de fogo e molhada,
farei em versos o dia que
tomei sua bastilha...seu rio
longo e azul, minha morada