falta de sentido

Bêbado e amalucado

Assim eu vivia como

Se fosse drogado

Amando tanto

O objeto já gasto

Desprovido de amor

Perdulário...

O terror espirrava

Da porta, da parede

Do armário com defeito

Do quintal escuro

Na integridade do muro

Na cara assombrada

De seu Raul, na calçada

Esburacada, na eleição

Pra prefeito, no rumo

Sem prumo que a perna

Nos dava...na náusea

Que não esqueço

Nos homens de cara

Torta, na dentadura

No copo, no armário

Embutido, no domingo

De tédio, nos sorrisos

Falso e amarelo, na

Gosma que saia das

Panelas, do enterro

De Jason...no fingimento

De Gabriela...nas vacas

Que andava pela rua

Nas dívidas, no ar

Deprimido, e nas

Bocas que brontavam

quintais sem sentido