Simples como um bolso!

Mágoas cruzadas, marcas ressequidas,

Para uma nova tertúlia, gotas de água,

Veste insana para cores nacaradas,

O chocolate com odores de um velho mel,

Cítricos invadem o ar pelos madrigais,

O vinho que se refresca na tília ao canto,

Estalos percorrem os nervos na baixa luz,

Da fonte que goteja um toque submisso,

No varal, folhas secando as tintas de agora,

Pelo espaço, imagens contrastantes,

Palavras mal guardadas pelas gavetas,

A página ainda vazia, tal qual o copo,

O riso de ontem fica transparente, quase máscara,

Se ligando naqueles que pouco se importam,

Se importando naqueles que pouco se ligam,

Misturando todas as estações ao mesmo tempo,

Ah! O tempo! Que mal caminha na espera,

Dispara feito bala, quando a roda se encurta,

Se não há mal que perdure, o bem também passa,

Tão passageiro quanto o rio pela pedra presa,

Conflui, flui & se dissipa na bruma, cascata,

O que foi, vazio fica, sobram apenas retalhos,

Da fantasia que a boca seca & a falta,

A nuvem que forma a próxima lágrima!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 10/03/2007
Reeditado em 12/03/2007
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