Valsa para Maria

Baionetas tocam seu piano, Maria.

E desmantelam palavras docinhas

Como os doces das nossas tias solteiras,

Saudade tamanha d’aquela que dá em pé de figas.

E nós levados meninos subíamos para se deleitar,

Riamos do dia encachaçados de pileque barato,

Não pelo teor alcóolico que se fazia ausente nas frutas,

Mas pela alegria de criança, gozada de inerte e emoção.

Maria, cresci rápido e antes mesmo da inocência,

Fugir estava longe, rostos marcados, assim percorreu.

A tristeza em reclame, de natureza fugaz.

Acompanhei-me de muitas lembranças, de memórias,

De recordações boas da infância veloz e saudosa, Maria,

O tempo é derradeiro, Maria, por favor, não cresça Maria.

Renato Narciso
Enviado por Renato Narciso em 08/01/2013
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