NOSSO REFÚGIO

Não importa o que saibam os outros,
se soubermos nós dois, tu e eu,
daquilo que vai sem distrações
em nossos corações.
Talvez daquilo que reinventamos
no espaço que criamos,
intuitivamente, feito crianças.

Assim, nada diremos dos encontros,
do que sabemos que aconteceu.
Te tenho e sou teu,
muito mais do antes,
mais do nada, mais de mim.

Te reconheço no jardim,
nas esquinas, nos semblantes.
Acontecimentos, manhãs
de não podermos ser juntos.
Faço requisições de presença
para não te perder de vista.

Avanço sinais,
te aconchego e mais,
te guardo. Por inteira, te guardo.
Anoto detalhes, olhares, assuntos,
o filme da tarde, as maçãs.
O ruído mudo da noite densa
avança sem pudor nem lembranças.
No nosso refúgio, mais uma vez te aguardo.

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 08/01/2013
Reeditado em 08/01/2013
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