ARCO-ÍRIS


O céu me detém o olhar
E me prende,
Um lindo arco-íris risca
De cores, o firmamento...
Passageiro, diáfano, encanto.
Uma tênue fluidez sopra...
Que magia ronda os céus
Nesses fugazes riscos
Singelos e cheios de cores?!
Que tal energia nos impulsiona
Em sorrisos de contentamento
E nos remete ao mundo de fadas
E lendas da infância distante?
Seria o habitat de ninfas, será?!
Que etéreos e eternos sonhos
Se encerram em seus tons?!
Qual mágica efervescente
Habita o Cosmos espargindo
Cores de todos os tons,
E tão logo se exibe faceiro,
Logo se recolhe encolhido
Como asas de pássaro colorido?
Surpreende-me que há séculos,
Impalpável... vem e se oculta,
Que as tempestades e ciclones
Assustam... e depois passam,
E lá está ele, irretocável no céu.
Meu pensamento vai até lá
Miudinho, meio acanhado...
E o céu adornado de um novo
Arco-baleno
Novinho, infinito, lá distante.
Nos olhares infantis, júbilo
Púrpura energia pulveriza-nos,
Bebezinhos erguem dedinhos
Como se quisessem tocá-lo...
Reflito sobre ausências sentidas
E cores esmaecem nas alturas,
Mãozinhas invisíveis de duendes
Puxam as fitas e as escondem...
Caem... pulverizadas na colina.
Penso nas presenças distantes
Em ávidos olhos, na palidez,
E em vozes contidas
De infâncias sofridas.



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IZABELLA PAVESI
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Imagem: Internet