QUE SEI EU?

Que sei eu do teu rosto?

Antes de mim o nada era essa pedra

com que te moldaram.

Havia séculos de amanhãs

que nunca chegaram.

E uma busca incessante pela profundeza viva

de um jardim sincero.

Quimera.

E um abraço

e um tempo encantatório, palhaço

íntimo do chão

escorria entre nossas mãos...

Ouvir esse solo triste

da pedra, onde Deus existe

no gris das coisas acabadas

e perfeitas,

aonde a palavra se ajeita

para pulsar como um coração.

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