Revi Venda

A minha casa está vazia;
Esbarro na solidão dos espaços vazios de você.
Angustia-me sua ausência temporária...
A nossa casa está vazia;
Partimos por alguns episódios da nossa história.
Há nossas ausências assombrando incômodos cômodos.
A sua casa está vazia;
Esvaziei-me dela e ela de mim...
Regressaremos para que nossas reticências ecoem em nós.
Você não existe sem reflexo e nem eu;
Concluímo-nos como espelhos um para o outro.
É um tempo imparcial ocupando-se de si, do qual nada restará.
Não há sombras minhas e nem suas nas paredes.
O relógio continua marcando fragmentos impalpáveis,
Horas ressequidas pela ilusória importância que determinou.
O perfume daquelas flores mortas, repousadas no vaso, enjoa.
Aquela água morna evaporará antes que seja derramada por um de nós.
E quem voltar primeiro, meu bem, deverá abrir as janelas e portas;
É preciso purificar nossos ambientes e substituir aromas,
É preciso que o incensário das nossas almas seja aceso,
Logo, bem depressa, assim que voltarmos...
E se lembre de que estamos às portas da nossa casa.
Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 07/01/2013
Código do texto: T4071868
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