A língua do silencio

Ao por do sol, cinzas lembranças que não tive

irrealidade, vagabundo de um sonho exilado

esculturas de ferro, no interior de um outubro

revive

no divã tento renunciar ao troféu desejado.

A Última ilusão de repente se partiu ao espelho

estalavam em cores, sons profundos, um cristal

no tapete de veludo, umedecido num tom vermelho

vinho derramado

insígnias de um capricho astral.

Em outras distancias, o luar batia em meu rosto

o que ainda choro

em silencio

por que não decoro

a língua, nem o gosto

do café posto na mesa.

No silencio ergo meu mastro

sob o terraço ao fundo de meus olhos

seguindo o ouro de um rastro

tentando pela luz escutar.

Em breve

o leve

vento giraria o resto

apagando os sinais

deixando o silencio

sem que eu possa compreender

a forma dessa marca

e esquecer

o tato das palavras

e passar a ser

apenas o silencio

Chagas Neto
Enviado por Chagas Neto em 07/01/2013
Código do texto: T4071833
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