A língua do silencio
Ao por do sol, cinzas lembranças que não tive
irrealidade, vagabundo de um sonho exilado
esculturas de ferro, no interior de um outubro
revive
no divã tento renunciar ao troféu desejado.
A Última ilusão de repente se partiu ao espelho
estalavam em cores, sons profundos, um cristal
no tapete de veludo, umedecido num tom vermelho
vinho derramado
insígnias de um capricho astral.
Em outras distancias, o luar batia em meu rosto
o que ainda choro
em silencio
por que não decoro
a língua, nem o gosto
do café posto na mesa.
No silencio ergo meu mastro
sob o terraço ao fundo de meus olhos
seguindo o ouro de um rastro
tentando pela luz escutar.
Em breve
o leve
vento giraria o resto
apagando os sinais
deixando o silencio
sem que eu possa compreender
a forma dessa marca
e esquecer
o tato das palavras
e passar a ser
apenas o silencio