Aquarela Colibriana

Imagine esta pintura,

ao alcance de tua emoção.

Tem altura de uma criança

e a largura do teu coração;

quanto maior a tua sensibilidade,

maior será o teu campo de visão.

Veja os tons da natureza,

que na tela utilizei,

o verde das grandes palmeiras,

o azul que no céu eu busquei,

o tom vibrante da rosa vermelha

e do sol, o amarelo; eu emprestei.

Com o negro da pele africana,

fiz o esboço de um belo quadril

e preenchi com a esperança,

que nos seus olhos reluziu.

No sorriso que te dou de graça,

brilha a riqueza do meu Brasil.

Deixo na tela a delicadeza,

das flores e das moças do campo,

onde urge tanta beleza,

não haverá de faltar o encanto.

Pois no coração em que houver tristeza,

o meu pincel apagará o pranto.

Então, tomada pelo mistério,

a tua mente contemplará a arte.

Não se engane; não há espelho,

enxergas-te a própria face...

A aquarela colibriana,

estava oculta em vossa alma.

Porém, se a imagem não lhe agrada,

queime a tela e use as cinzas,

misture bem com tuas lágrimas;

depois esqueça o trauma e fuja da rotina.

Neste remédio não há milagre,

é só um emplasto para as antigas feridas.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 09/03/2007
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