Poemas
Poemas
Poemas emocionados
São aqueles que gritam n'alma em lágrimas de sangue
Rastros de areia, nos caminhos da vida
Estrelas, despindo-se sem adeus
Poemas guardo em meus lábios
Para entregar aos lábios dos olhos teus
Poemas navegam no Tejo
Poemas nascem no brejo
E na loucura mais santa
Poemas são devaneios
Ardidas lágrimas contidas
No canto do olho esquerdo
Poemas são comboios lusitanos
Fitando olhos de estrelas
Poemas são castelos madrilenõs
Cantando fado e dançando tango
Poema é a fúria do touro
Com a capa-vermelha do toureiro
Poema nasce de si em si, em couro
Ou em azuis azulejos
Poemas são grãos de areia
Em areias que nunca pisamos
Poemas puxam orelhas
E dormem nos livros da vida
Poemas em páginas perdidas
Ou folhas amareladas
As vezes levados ao vento
São rosas despetaladas
Poemas
Ficam parindo
Em prantos de dor vão nascendo
Chorando, ficando e partindo...
Morte e vida do poema
Inocência sorrindo
Extrema-unção
Poema vida da inspiração
Eterna não cabe no chão
No ar chora hipnotizado
Quase morto
Sopro de vida
No silêncio da solidão
Expulso do peito por sorte
Em seu leito de morte
Implora ressuscitação.
Tony Bahia.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨interação & sintonia¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
POEMAS...
No muro branco dos poemas
Segredam-se infinitas histórias na cal.
Algumas esquecidas,
Outras envergonhadas, caladas, esquecidas,
Outras ainda inventadas,
Pelo pó do tempo carcomidas...
Poemas...
Nas paredes nuas dos poemas
Relembram-se breves fragmentos
De longínquos momentos:
Douradas searas de trigo
Onde rubras papoilas
Bailavam a valsa do vento;
Saudades e lágrimas que ficaram
Quando amores navegantes se fizeram ao mar...
Poemas...
Pudesse eu neles escrever metade do que sinto...
Perdoa-me por não saber escrever
Poemas dignos do teu nome, amado meu...
Os que escrevo não se comparam ao seu sorriso,
Ao encanto do teu abraço, à luz dos olhos teus,
Minha enseada azul, minha porta do paraíso.
Faltam-me palavras para terminar meu poema
Diante da noite que não se acaba,
Meu violão está quebrado,
Escrevo-te versos em fado...
Poemas...
No branco muro dos poemas
Há dores e amores
Pintados nas pedras angulares.
Há ternura e sangue, violência e sexo,
Há reflexões de sentimentos complexos.
Há beijos quentes, abraços dolentes,
Que tardaram em principiar,
E não morreram depois da vida terminar
Poemas
Nas paredes mal rebocadas de cal esmaecido dos poemas,
Tantos sonhos guardados em mosaicos amarelados.
Neles foram desenhados amores vividos ao luar.
Neles haverá de desenhar-se a minha e a tua história,
E a de todos que sabem amar.
Ana Flor do Lácio.
Obrigado querida Ana Flor do Lácio, pela belíssima inspiração!...
Gratidão eterna, beijos de luzes n'alma, tony.