AS TRÊS CANETAS
AS TRÊS CANETAS
Autor: Maurício Irineu
A caneta do passado
Revela o que eu já fiz
Escreveu meus sentimentos,
Anseios e pensamentos
Todos os íntimos momentos
Conhece o quanto fui feliz.
A caneta do passado
Registrou meu coração
Cada batida ofegante,
Cada pulsar palpitante
Cada coisa interessante
Que me causou emoção.
A caneta do passado
Tem tinta especial
Escreve e ninguém apaga
Seu escrito se propaga
Sua pena não afaga
Conhece o bem e o mal.
A caneta do presente
Só escreve o que se passa
O que está acontecendo
Como eu estou vivendo
Se estou vivos ou morrendo;
É fiel e sem trapaça.
A caneta do presente
Descreve o meu agora
Porém tem limitações
Quanto às minhas ações
Não vê lá nos meus porões
O que faço a toda hora.
A caneta do futuro
É muito misteriosa
Muitos buscam o seu crédito
Tentam usufruir seu mérito
Descrevendo o inédito
Mas é muito duvidosa.
A caneta do futuro
Até causa confusões
Pois é muito explorada
Debatida, decantada
Sendo por demais usada
Pelos ditos charlatões.
A caneta do futuro
É, de todas diferente
Tem algo de especial
Transcende o natural
Seu dono é espiritual
É o Deus onisciente.