O ECLIPSE
O ECLIPSE
Observa a Lua
O alto do observatório,
E ê um movimento
Contínuo, programado,
Quase religioso.
Um rotar definindo dias,
Um translar, caracterizando os anos.
E, pela lente quase nua
É permitido observar...
A Lua, o dia, os anos:
É dia de encontro.
Os astros se emparelham
Para ver qual deles é mais forte.
Enquanto a sombra de um apaga o outro,
Vem um terceiro e cobre os dois...
Os animais se assustam,
O homem treme diante do esplendor:
É o universo impondo a Lei
Da galáxia, dos astros, da vida e da morte.
A cor vermelha da Lua
É o recado: devastação e vergonha.
Não vê mais as matas,
Não sente mais o ar,
Enterra seus sonhos nas guerras,
Perde seu status na corrupção.
O fim é vermelho como a sombra:
Puro espanto e terror!!
Atingindo os vivos na morte
Da carne,
Das convicções,
Do prazer,
Da luta,
Da superação...
É tudo vermelho!!
O eclipse encera o espetáculo.
Aplausos!!!
A humanidade respira alívio: satisfação.
Esperar mais um manifesto
Uma iniciativa...
Que venha da galáxia então!!
Talvez o fim seja a única solução...