RITMO DA VIDA III
Desligo o som do rádio para melhor escutar o ritmo da vida.
Que me chega viva e animada, porém em mim há o silêncio
Que me deixa calmo.
Parece que o mundo parou dentro de mim.
Que os sons emudeceram, no entanto sinto o ritmo frenético do mundo
Que acontece.
Pessoas passam na direita e na esquerda.
Alguém anuncia uma tragédia: uma batida que só Deus sabe.
Outros descem do ônibus para enfrentar ao vivo o ritmo da vida.
Meu coração e eu nos afligimos diante da calma que se mostra.
Diante do alarido da existência.
É como se o trânsito tivesse parado e eu só calado e dolorido esperasse a fila andar.
Não sei o que faz o caminhar não existir em mim
( a pedra talvez...)
Me sinto minusclinho.
Dá tempo, inclusive de descer, entrar e comparar o pão; a ração diária.
Queria ficar assim por muito tempo
Quem sabe a vida inteira.
Protegido pela fila e olhando os outros: os de lado de mim.
o desconhecido
o conhecido
o exótico e iguais são transeuntes, apenas a bem verdade.
Gosto disso: de ser voyer do mundo e de mim; É bom me sinto bem...
Só sinto uma angústia estranha, coisa, posto que indefinível
a me afligir a face, os nervos.
Encoberto pela fila me sinto um animal.
Vampiro na noite
Queria tanto gritar, dizer asneiras...
Mesmo protegido pela fila o mundo me aperta.
Tantas possibilidades a minha volta. Um
mundo a explorar. A dissecar. A usar.