RITMO DA VIDA III

Desligo o som do rádio para melhor escutar o ritmo da vida.

Que me chega viva e animada, porém em mim há o silêncio

Que me deixa calmo.

Parece que o mundo parou dentro de mim.

Que os sons emudeceram, no entanto sinto o ritmo frenético do mundo

Que acontece.

Pessoas passam na direita e na esquerda.

Alguém anuncia uma tragédia: uma batida que só Deus sabe.

Outros descem do ônibus para enfrentar ao vivo o ritmo da vida.

Meu coração e eu nos afligimos diante da calma que se mostra.

Diante do alarido da existência.

É como se o trânsito tivesse parado e eu só calado e dolorido esperasse a fila andar.

Não sei o que faz o caminhar não existir em mim

( a pedra talvez...)

Me sinto minusclinho.

Dá tempo, inclusive de descer, entrar e comparar o pão; a ração diária.

Queria ficar assim por muito tempo

Quem sabe a vida inteira.

Protegido pela fila e olhando os outros: os de lado de mim.

o desconhecido

o conhecido

o exótico e iguais são transeuntes, apenas a bem verdade.

Gosto disso: de ser voyer do mundo e de mim; É bom me sinto bem...

Só sinto uma angústia estranha, coisa, posto que indefinível

a me afligir a face, os nervos.

Encoberto pela fila me sinto um animal.

Vampiro na noite

Queria tanto gritar, dizer asneiras...

Mesmo protegido pela fila o mundo me aperta.

Tantas possibilidades a minha volta. Um

mundo a explorar. A dissecar. A usar.

JAMERSON SILVA
Enviado por JAMERSON SILVA em 05/01/2013
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