Amor etéreo

Vá, amor etéreo!

Vá assim, de mansinho,

Como chegou um dia.

Não quero vê-lo partir.

Misture-se ao ar que respiro,

E entorpeça os meus sentidos.

Penetre o meu peito rasgado,

E anestesie o meu coração.

Ofusque os meus olhos

Como neblina no sol da manhã.

Traga torpor à minha mente

E faça-me ouvir o som do nada.

Esfrie minhas mãos com o seu éter

E torne-as insensíveis ao toque do adeus.

Vá, amor etéreo...

Saia de mansinho e me deixe dormindo!

Mesmo sabendo que ao despertar,

Ainda terei na boca

O gosto amargo da saudade.

Rsanchez
Enviado por Rsanchez em 12/02/2005
Código do texto: T4069