Amor etéreo
Vá, amor etéreo!
Vá assim, de mansinho,
Como chegou um dia.
Não quero vê-lo partir.
Misture-se ao ar que respiro,
E entorpeça os meus sentidos.
Penetre o meu peito rasgado,
E anestesie o meu coração.
Ofusque os meus olhos
Como neblina no sol da manhã.
Traga torpor à minha mente
E faça-me ouvir o som do nada.
Esfrie minhas mãos com o seu éter
E torne-as insensíveis ao toque do adeus.
Vá, amor etéreo...
Saia de mansinho e me deixe dormindo!
Mesmo sabendo que ao despertar,
Ainda terei na boca
O gosto amargo da saudade.