[E finalmente, deu preto, 17!]

Sonhei, debati-me, fui, voltei, errei,

e sem saber-me atado à ilusão de velhas raízes,

volteei até me faltar corda ao pescoço!

E por fim, sojigado pelo cansaço, ouvi

o sarcasmo dos ventos da Grande Avenida,

desatar-se numa gargalhada sonora:

— "Aí está, idiota, dança o teu último tango,

e de cabeça gacha, sai de cena em silêncio,

pois no indemonstrável teorema da tua vida

deu preto, 17 — o batente de fim-de-linha!”

Presumo que só eu sei

o que isto quer dizer;

eu sou assim, arrogante mesmo,

— tenho este orgulho besta

de medir os outros da sobrancelha

para baixo — pífio orgulho!

Preto 17?! É meu mesmo;

viro um pinga na goela,

e engulo num só trago!

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[Desterro, 05 de janeiro de 2013]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 05/01/2013
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