Fogo que acende, ascende e transcende, em mim a me queimar.Que faço?
Há um fogo queimando na lembrança de cada rogo,cada súplica
Em cada fraqueza constatada na nossa insignificância.
Nesse morrer,nessa agonia pelos sofrimentos que ainda que Desintencionalmente infringimos ao outro cheios de boas intenções...
Há esse fogo que me queima,quando lembro de vidas que se foram
Em coisas que não nos dissemos por puro orgulho,
Vidas que não mais estão ao alcance do toque e nem essa saudade
Fará diferença a não ser em mim...Minh'alma inflama e clama.
Esse fogo que arde,que ascende de mim, que transcende
Não me pune,nem me absolve da dor
Só me lembra a dor do amor que poderia ter sido cura.
Ah se tão somente fôssemos capazes de compreender!
Não somos! Apenas supomos ser...
Nada somos, talvez nada amemos e nada de bom fazemos
Talvez sejamos menos que pó.Insignificantes seres presunçosos...
E existamos apenas por alguma misericórdia.
Ah como eu desejo compreensão
E sou consciente de nada compreender
A dor, tanto minha como dos semelhantes
A empatia que se desfaz em um instante quando volto-me.
Esforço-me mas tenho a sensação de nada
Como se eu não passasse de um ser inútil
E qualquer compaixão fosse fútil
Embora eu saiba,não é!
Essa minha condição humana
Que me prostra na cama da dor
Da mortalidade e me faz vulnerável a seres humanos
Passíveis da mesma incompreensão e inutilidade humana da qual sofro.
Me dá medo,ter que fracionar segredos a ouvidos pseudo-ouvintes
Ter que me colocar na condição de pedinte,vulnerável ser
Pedinte de compreensão na qual nem eu creio
Nessa minha condição de insignificância além de cura...
Me entrego a essa chama que se acende
Que me cala quando essa dor ascende
Que me faz nada entender do que transcende
E concluo nada sou!