LOUCURA

Envolve-me em tuas mãos,

Carregue-me aos mares que desposam os céus.

Inunda-me em mil desejos, seduz minha razão,

Que de tanto ser ou não,

Não vivencia a paixão dos disparates.

Vive dos meus pensamentos, como um parasita,

Sorvendo as verdades que brotam póstumas.

Sorrisos arcanos que o desprazer habita.

Silentes, desformes, facetas das sanas emoções.

Fere-me os olhos com a fúria do tornado,

Na tentativa de expor-me aos ventos nus,

Livres dos argueiros pela mira encomendado

Nos raios de filosofias que meu olhar decompôs.

Mas seja breve, senhora loucura.

Venha em doses como homeopatia.

Possua-me, por completo, a alma,

Até que da pena escorra poesia.

Adriano J Santos
Enviado por Adriano J Santos em 05/01/2013
Reeditado em 11/06/2013
Código do texto: T4068222
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