sonora perda

o trovão relincha

na rabo da infância

que ainda brinca

com o couro de binga;

não acredita que o

mundo não para, que

pulsa tragado, um vão

na despensa...

o céu daqueles anos

grudou na imaginação

como se fosse de aço

e medo...um devaneio

que carrega seus barcos

sua fome, e sua carne

sem trono, a falta

de prumo de uma pais

insone...

ignorante a tudo isso

algo de verdadeiro

vaga ao compo de feijão

ao solo das fábricas,

aos destemperos das putas

as paredes doloridas das

grutas,

as telas que no tempo

pintadas, escorrega

nas veias e no coração

e mil anos estoura rasante

pedindo perdão...