A BALEIA E O HOMEM

A BALEIA E O HOMEM

A história eu escutei na minha aldeia,

Tomando um gostoso chá de alteia,

Sentava eu e o pajé sob uma candeia,

História saboreando uma deliciosa ceia.

Quando Tupã fez tudo pegou a areia

Dividiu em duas partes, meia a meia.

Em uma fez o homem e noutra a baleia,

Mas veio Jurupari e acabou a harmonia.

Ele colocou a inveja na mente do homem

E o homem parou de entender a baleia.

Num dia Jurupari se transformou em peixe.

Um índio pescou e comeu o tal peixe.

Naquele dia o homem quis comer quem?

Quis comer carne da sua amiga baleia.

Foram dias e noites a pensar como,

Fez barco a remo, fez barco a vela.

Fez também arpão pra ir para o mar.

Tupã que da sua rede tudo via

Mandou vir uma chuva forte na Terra,

Mas a vontade do homem apenas crescia.

Era a alma do Jurupari escondida dentro dele

E ele se viu num furacão mandado por Tupã;

O homem não queria de sua ideia desistir,

Então a Baleia cantando veio ajuda-lo.

Veio linda, serena e confiante com seu corpão.

Protegia com o corpo a pequena embarcação.

O homem numa cruel traição matou a Baleia com seu arpão.

A baleia ao ser arpoada gritou, ou cantou?

Nos olhos uma lagrima de grande decepção,

Mas em nenhum momento ódio para o seu irmão.

Tupã não acreditou e na sua ira e dor gritou!

A terra toda tremeu num terremoto e se partiu.

Assim surgiram os cinco continentes.

O choro de Tupã caiu nos homens areia.

O choro era acido e sua pele perdeu a cor.

O que estava no barco caiu no mar e ficou vermelho,

O que estava protegido da lagrima ficou negro,

E o amarelo é por que Tupã já estava sem lagrimas para chorar.

Já que o homem traiu a criação,

Então que eles não fossem mais um em sua união

Passaram a falar línguas diferentes,

Esquecerem que Deus é um só por excelência,

Passaram a guerrear nação contra nação.

As baleias naquele dia ficaram tristes.

Tristes, pois a Terra ficara um lugar sombrio,

Lugar onde Jurupari ria alegre em sua maldade.

As Baleias fugiram do homem...

Elas espalharam pelos mares a sua tristeza a cantam,

Contam as historias de quando do homem eram amigas

De como o homem deu ouvido ao Jurupari.

Mas tem pessoas com alma de Baleia

E sabem que somos todos feitos da areia de Tupã,

E um dia nadaremos juntos homem e Baleia

Um dia aprenderemos que na Terra somos todos irmãos

Homem branco,

Homem negro,

Homem vermelho,

Homem amarelo,

Homem com penis,

Homem com vagina,

Homem que ama mulher,

Mulher que ama homem,

Homem que ama homem,

Mulher que ama mulher;

Que Deus tem o nome que você quiser,

Pois Deus é apenas AMOR

Que a Baleia, o cão o gato e todo ser vivo são nossos irmãos,

Que eles não são nossos presentes,

Somos-nos responsáveis por eles,

Pois somos os tutores da Terra

E prestaremos contas de nosso planeta ao AMOR.

Por conta própria acrescento a lenda:

Povo maldito que ainda ouve o Jurupari

Povo que logo entrara em extinção.

André Zanarella 14-04-2012

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 04/01/2013
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